
Com dificuldade para caminhar e quase cego pelas torturas sofridas na ditadura militar brasileira, com 79 anos Roberto Freire continua desenvolvendo a somaterapia, completando a obra da sua vida. Incorporando as idéias de Wilhelm Reich, a política do anarquismo e a cultura da capoeira angola, a Soma é utilizada por terapeutas organizados em coletivos anarquistas para lutar contra os danos psicológicos causados pelo autoritarismo. Nick Cooper esteve no Rio de Janeiro, Salvador, Bahia e São Paulo para conhecer os exercícios, os princípios, vozes e movimentos da Somaterapia.
A Soma nasceu de uma pesquisa sobre o desbloqueio da criatividade, realizada no Centro de Estudos Macunaíma, com as contribuições de Miriam Muniz e Sylvio Zilber. Através de exercícios teatrais, jogos lúdicos e de sensibilização, Roberto Freire foi criando uma série de vivências que possibilitavam uma rica descoberta sobre o comportamento, suas infinitas e singulares diferenças. Perceber como o corpo reage diante de situações comuns no cotidiano das relações humanas, como a agressividade, a comunicação, a sensualidade, e sua associação com os sentimentos e emoções, permite um resgate daquilo que nos diferencia enquanto individualidade, para criar um jeito novo, a originalidade contra a massificação. Assim, a Soma se construiu como um processo terapêutico com conteúdo ideológico explícito, o Anarquismo.
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